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Preguiçosos, sobretudo, obrigando a disfarçar a lassitude do corpo a desejar estar num sítio de sol que permitisse abrir as janelas de par em par. Ou então num café aconchegado, vagamente semelhante aos do século passado, tertúlia intelectual dissertando sobre um nada que é tudo.
Depois, os cheiros agradáveis assomem à memória obrigando a um cheirar de odores que me remetem para lugares, evocando sensações agradáveis.
O guarda-chuva, empecilho comunicacional, é utensílio obrigatório para me resguardar, curvando-me ainda mais na concha do meu ser…
Bem sei que transmito egoísmo, neste escrito. A chuva é tão abençoada para quem dela precisa! A Natureza perdoar-me-á esta desfaçatez! É que gosto tanto de andar direita, com os olhos postos no horizonte, de ver um pôr do sol que confere cores só traduzíveis em tela, por pintores!
Já para não falar na nostalgia que se senta mesmo à minha frente, ocupando o lugar do encantamento que o sol me traz! Sim, nunca estamos sós, há entidades que habitam em nós e que também precisam de descansar, seja em bancos de jardim ou sofás fofinhos!
E o cansaço que se apodera, ainda que não se tenha feito grande coisa! Esvai-se o ânimo, fico doente!
Se ouço música, escolhida ou que passa na rádio, aí chega mesmo a prostração e o sentimento da saudade, seja do que for, aloja-se no coração!
Estes sentires só têm razão de ser porque a chuva, embora precisa, molha o corpo. A alma, essa, chora em solidariedade com dias assim…
Em todo o caso e para não ser egoísta, reparo que lava o carro e o asfalto. Fica tudo lavadinho, poupa-se no orçamento, que bem é preciso!
Só as medidas orçamentais é que caem a conta-gotas…
OF - 14-03-2011 18:30
É verdade, Odete. Mesmo, a chuva sendo imprescindível à vida - ao "funcionamento" do planeta - e tão desejada em certas partes do globo, ou por algumas classes profissionais, que se situam nas sociedades, em geral, ela nunca será bem-vinda nas esferas onde cause desconforto. Aí, ela irá ser sempre a boa amiga, indsejada.
ResponderEliminarGostei de ler o seu texto escrito em formato, que eu não lhe conheço, habitual. Enfim, quem sabe escrever, sabe-o...
:-)
Revejo-me em cada palavra tua.
ResponderEliminarOntem, porém, nem ela foi capaz de manchar a alegria que se apoderou de mim.
Já hoje, olho para fora, da janela do meu quarto e pressinto que pode fazer estragos...ou talvez não. Não se sabe. Também nós somos imprevisíveis, não é?:)
bji gde, minha querida.
Tem um dia lindo!
Li este seu texto, Odete!.. magnífico texto!..
ResponderEliminarSenti, mesmo, a chuva cair-me em cima, com guarda-chuva ou sem guarda-chuva, deliciosa, capaz de lavar tudo, de refrescar a natureza inteirinha, capaz de regar saudades...
JAFins
Li-te e por contingente necessidade que transcende a futilidade sentida por vigorosa autodeterminação, vibrou dentro de mim e em meu ego enigmático e desconhecido, uma verdadeira escolástica de sentimentos... e ainda, trespassam em mim, os acordes da harpa deificada por Saul, em plangente e musical hino a este despertar...
ResponderEliminar;)
Maravilhoso este texto!Adoro sol a raiar, boas tertúlias e o café a fumegar!
ResponderEliminarSaio, no entanto, em defesa da chuva!
Gosto daquela melodia ora mozart ora ChekovsKy
ora suave, meiguinha, insinuante
ora prepotente, audaz
raivosa e devastadora
adoro respirar o ar lavadinho
passear
em pedras reluzentes
entre plantas vaidosas
de poeiras despidas
Obg, Albano, pela leitura e elogioso comentário à minha prosa... A chuva, assim como outros elementos, provocam-nos e não há volta a dar, escrevemos!
ResponderEliminarQuanto ao género de escrita,é verdade, tenho alguma versatilidade - experiência, meu caro :)
(ou o adiantado dos anos :) :) :)...)
Nina: revês...Sim, quem não sentiu já alguma vez tudo isto, sem contudo deixar de admirar a chuva caindo e sentir outras vontades ou evocar momentos?
ResponderEliminarBjuzz com umas gotitas doces :)
Obg, JFins pela leitura e elogio... Sentiu..Lembra-se do nosso primeiro e grande cronista? Todos "víamos" o que se estava a passar e a narrativa histórica era pura fruição!
ResponderEliminarGosto de escritos/retratos... :)
Resumindo oops!!!, ficaste em transe! Ficas com olhos de vidro, quando resolvo escrever prosa!
ResponderEliminarE eu fiquei a ler umas 2 ou três vezes o teu tag!!! :)
E a amiga Teresa, comentando com um apaixonante cheirinho a poesia...Também gosto do odor a terra molhada e do banho da natureza! Mas, quando escrevi, foi o que senti!
ResponderEliminarObg, pelo elogio ao texto :) Bjinhos blogger!
Estava eu aqui sentada pensando algo que me desperte¿¿hum Portate (como queiras)..rsrssrrs brincadeira minha amiga...E vés?!!!Aqui estou ,crendo que a chuva te leva ao estado "ideal"..rsrrsr..A chuva só foi o pretexto para falar de como adoras o sol,o sair da tua concha...Andar recta como bailarina em pose de quinta..volátil de pensamento por a quietude das tardes de ocasos,quentinhos e cheios de cor!!
ResponderEliminarComo gosto!!De ti do sol da tuas maos que se deixam abalançar pelas teclas,amando as palavras ....beijo para ti.
Inês, virei responder como mereces! Bjosss
ResponderEliminarSorrio: foi pretexto para um texto! Bailarina, adoraria, assim bailo com as palavras e quando posso - danço bem, foi o meu pai que me ensinou, eu punha os meus pés em cima dos dele :)- assim como me bailam os olhos quando leio o que escreves!
ResponderEliminarE o sol é cor e faz colorir tanta coisa! Obg por estares comigo, lendo-me. Bjos :)