Sentada nas margens, ou debruçada sobre o Rio Tua,
Um tesouro de recordações, que constante vai correndo...
Oh Mirandela!... fecho os olhos e clara te estou vendo,
Ao Sol radiante, mais terna e fresca à luz da Lua!...
Soberba a Ponte dos arcos, passando sobre a corrente!...
Palácio dos Távoras, do Tempo portentoso relicário!!...
Mirandela, majestade, Princesa da Terra Quente,
Que a Senhora do Amparo abençoa em magnífico Santuário!...
Espaços floridos e ajardinados!... Nobre Gente e Cidade!...
Comboio a vapor que por ali passou deixou Saudade,
E marcou o Tempo, subindo penosamente o rio...
Com Almas que sangraram, carpindo talvez mágoas!...
Olhos que chorando, do Rio Tua engrossando as águas,
Com lágrimas, de saudade imensa, correndo a fio!...
Aos meus Avós, Teresa e João
José Agostinho Fins
01/Agosto/2005 // 19:37
Nota: havia já algum tempo que pedira ao José o soneto sobre Mirandela. O tempo foi passando... Por mero acaso, vi um poema dele dedicado à criança que faleceu nas águas do nosso rio...Comentei-o - também escrevera um, mas não o publicitei - foi a deixa para que ele enviasse por e- mail o poema solicitado ao tempo. Apenas pediu que mantivesse a dedicatória...Nem seria preciso José! Os avós merecem tudo. Obrigada :)
http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=208964085785448&id=100000178461458#!/profile.php?id=100000178461458 (página do José Fins que ele me autorizou a divulgar)
Merecem um fantástico soneto e muito mais.
ResponderEliminarObrigada pela partilha, querida.
Esconde-se um grande senhor, atrás deste poeta.:)
bji gde
Feliz Mirandela que tais filhos tem.
ResponderEliminarSoneto muito bonito e com uma dedicatória cheia de ternura.
Obrigado Odete por me teres dado conhecer Jose Agostinho Fins e peço-te que lhe endereces os meus cumprimentos sinceros.
Beijinhos
Ricardo
Este poema, só por si, dava um livro...
ResponderEliminar(A minha vénia para este meu comentário, que me perdoem os restantes...)
;)
Verdade, Nina...Continuo a lamentar não poder ler mais belezas destas...É de facto, uma das pessoas com o tal P maiúsculo...
ResponderEliminarBjuzzz, linda :)
Obg, Ricardo, em nome de todos os filhos desta terra...
ResponderEliminarJá colei no seu mural a ligação para o blogue, daí que o teu e os outros comentários, saber-lhe-ão muito bem...
Bjinho :)
Sim, dava, oops!!! Cidade jardim mas, muito mais que isso, as gentes valorosas que deixaram a sua marca e fizeram história, através da história das suas vidas. De luta de sobrevivência mas,essencialmente, de luta de ideais...Agora, estes sinais são menos visíveis... Para bom entendedor, meia palavra basta! :)
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarNão é fácil ler estes comentários, tão generosos e amáveis, sem que uma ponta e emoção nos invada a alma!.. Creio que a única palavra que me ocorre é um OBRIGADO!!.. um obrigado amigo e sentido!!!...
ResponderEliminarHabituei-me, desde que me conheço, a ouvir dizer “Mirandela”!!.. nem sabia, tão pouco, onde e como era!!.. os meus avós e toda a família paterna eram do concelho, (Vale de Telhas!!..)… E que fantásticas recordações eu guardo desses tempos!!... Lá estava, por exemplo, o “Palácio dos Távoras”, de que a minha avó falava com sapiência!!... eu interrogava-me, então, e pensava: “quem seriam os Távoras!!??...”. mais tarde fui para a Escola e os saudosos professores ensinaram-me…
Este soneto é, certamente, o resultado de tudo isso e mais uma pitada de emoção!!...
Bem hajam!!...
JAFins
Em boa hora o JFins, decidiu enviar...Todos ficamos de alma cheia: uns por uma razão, outros por outra...Decididamente, só se é Pessoa quando o que nos é mais importante é a dádiva, em particular, a Palavra e a mestria com que muit@s poetas a usam...
ResponderEliminarHá palavras que nos beijam
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O’Neill, No Reino da Dinamarca