sábado, 12 de março de 2011

Solitária em companhia


 Sorrio
de mim própria
da estupidez emocional
dos pensamentos egoístas
profundamente trocistas
de gente, como eu,
irracional…
Ora está bem
ora está mal!

Tudo me angustia…
As malas feitas viagem
de merecido repouso.
Gente que apanha
um qualquer autocarro…
Miragem
de outra paisagem
menos obscura…

O sol irradiou
mas não acalmou
um ser insatisfeito
incapaz de se contentar…
Vagamente nostálgico,
de algo,
presente em outro mundo.

Solitária em companhia,
agradável,
mas sem sintonia…

Procuro remédio
em prateleira,
prazenteira,
de farmácia…
Está esgotado
no mercado…
Não tem solução!

Roubo então
outro coração…
Mais divertido…
Sorrio,
de novo…
Encontrei o caminho…

OF  25-02-2011

13 comentários:

  1. Quando você liberta o sentimento
    e deixa que a palavra o acompanhe,
    livremente, torna-se tão bom assimilar
    os seus textos, Odete, que resultam,
    disso. Não receie a força da
    expressão, pois, você usa-a
    com excelência.
    :-)

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  2. Estes poemas mais intimistas, onde o eu poético aparece solitário e carente, merecem um sorriso maior, pela forma extraordinária como esse sujeito poético dá a volta, para poder sorrir.
    Um novo coração...ou uma nova vida...um caminho.:)

    bji, meu doce!
    Divirto-me cada vez mais com os teus belíssimos poemas!

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  3. Obg, Albano pelo elogio à minha forma de exprimir...Contudo, direi que não haveria poesia se não houvesse libertação e liberdade para a deixar perceber. Para mim a poesia tem de ser espontânea, abomino a que se escreve demasiadamente rebuscada, em que não se vislumbra qualquer sentido...:)Essa até me provoca dor de cabeça! :) :)

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  4. Nina, já conhecias este poema, mas só agora tenho os de Fevereiro e Março em ordem e com as fotos...
    Intimistas, são-no a maior parte deles (só vou divulgando alguns..). De facto, quase sempre a solução está em nós próprios. Não vale a pena esperar que alguém nos dê o Santo Graal!
    (Não quero com isto dizer que a minha vida esteja retratada na poesia!). E ainda bem que te divertes! Fico ufana!
    Bjuzzz de FdS :)

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  5. Exactamente!

    Olha, por exemplo, eu como vulcão, tenho dificuldades em compatibilizar-me com um icebergue...

    ;)

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  6. De certeza, oops!!!
    Agora o "exactamente" compatibiliza-se com o quê???? :)

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  7. Com tantos sinais de interrogação, parecias a minha antiga professora primária...

    Senti-me amedrontado e quase me fizeste chorar (por metade dos olhos).

    Acho que se compatibiliza como uma derivação de exacto...

    (Exacto
    adj.
    1. Certo; em que não há erro, omissão, fraude, etc.
    2. Fiel.
    3. Pontual.
    4. Que cumpre bem o seu dever.
    5. Perfeito, rigoroso.
    6. Que reproduz fielmente um escrito, um original, uma fisionomia, etc.)

    ;)

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  8. Muito interessante Odete! Espontânea esta escapadela com um coração mmais divertido! Sorrio também!

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  9. Já nem vale a pena perguntar-te nada, oops!!! Dás sempre a volta ao texto, mas com humor! :)

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  10. Olá , amiga Teresa! É sempre melhor ter finais felizes, não acha? Sorria, sim, aliás imagino-a sorridente! Bjos :)

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  11. Até tenho as marcas :) :) :)
    Sou mais talhada a escrever sobre praias aprazíves do que sobre tsunamis...
    Mas que os há, há!!!! Bjuzz

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  12. Não sei comentar este poema. Só me apetece dizer:

    O sol irradiou e ruborizou o mar
    Acalmando as ondas de encontro às rochas feitas medos.
    À minha frente, roubando a cor à esperança, os olhos sorriem em maré alta
    De encontro ao cais onde repousam, quietos, sonhos acordados.

    São versos. Apenas versos. Os poemas ficam com os Poetas.
    Beijinhos com ternura
    Ricardo

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  13. Ricardo, fico com pena, a tua opinião é valiosa, um outro olhar crítico, no bom sentido, claro!

    Contudo, os teus versos feitos poema (que negas) pertencem a um eu poético metamorfoseado em vontades...Enriqueceram esta página! Obg, bjinho :)

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