quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Fadado destino

Fado.

Vozes dolentes
encantadoras de serpentes,
em hino da nossa portugalidade,
sofridas na saudade,
na saudade perpetuadas.
Um trinar de gargantas
um silêncio escurecido,
intimista.
Sentem-se as almas
no virar da esquina
das ruelas de traça antiga.

Fado.
Canção destino
em novos talentos renascido.
Paixão imortal.
Património mundial.
Sonoridade do sentir,
interioridade do porvir,
futuro que há de vir
na utopia do Santo Graal.
No fado disperso em tipologia,
há encontro geracional
quando o olhar embaciado
nos embala em nostalgia.
           (…)
Será por acaso
que o destino também é fadado?

OF  - 16-10-2013
Foto – Autor desconhecido

5 comentários:

  1. “O que interessa é sentir o fado. Porque o fado não se canta, acontece. O fado sente-se, não se compreende, nem se explica.”
    ~Amália Rodrigues

    Cumprimentos

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  2. Crê que as duas vezes que por aí estive não fui a nenhum show de fado?! Mas ouvi e várias vezes nos restaurantes, casas de amigos, etc. Ah, não creio que nosso destino seja "fadado".
    Beijuuss Odete

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  3. Não acredito nada no destino, mas o que é certo é que o fado nos persegue.
    Se por um lado é bom, porque como música voltou a ser importante (é agora um património mundial e está de novo na moda), por outro a nossa condição parece estar condenada à cauda da Europa.
    Enfim, em qualquer destes aspetos, o teu poema é brilhante. Fizeste mais um poema onde a tua enorme criatividade e talento poéticos são evidentes.
    Odete, querida amiga, tem um bom domingo e uma boa semana.
    Beijo.

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  4. Trouxeste o fado ao teu cantinho e a verdade é que explanaste muito bem o tema.
    Como sempre, querida amiga.
    Bjuzz :)

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  5. Maravilhoso este teu poema...

    Parabéns,amiga. Fiquei com uma enorme vontade de

    entrar numa ruela de traça antiga, a escutar o fado

    a ecoar na alma...

    Beijinho.

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