Serenidade. A palavra com que caracterizo este momento, final da manhã, sentada num dos cafés da nossa “baixa”. Sim, agora as cidades ditas de média dimensão também têm a sua “baixa”. A nossa avista um rio feito lago onde águas serenas se alindam com o reflexo das árvores, da luminosidade natural e artificial, mais profusa nesta quadra.
Dormi bem. Sei que sonhei sonhos difusos, organizei tarefas prementes. Seguiu a mensagem de Natal nas páginas onde escrevo, confidentes de mim e partilhadas para quem gosta de me ler. Também por mail. E algumas conversas de voz que são sempre o melhor. Faltam algumas sms, mas faltam sobretudo pessoas que gostava de ter comigo para o abraço real. No entanto, o afeto é conectividade, por isso também segue pelos fios elétricos, por satélite, sei lá que mais. Mas segue!
Pouca gente na rua, a estas horas. Calmaria, ausência de poluição sonora. Pessoas que riem e eu sorrio. Um sorriso imperceptível, de felicidade disfarçada. Nunca a sentirei plenamente. O que sou impede-me de esquecer as realidades deste mundo tão desigual.
Há pouco recebia uma sms de uma jovem que acompanhei, institucionalizada por circunstâncias da vida. É mais uma das minhas jovens amigas. Vejo sempre o seu olhar meigo e o sorriso doce que me envolvia, brincando com os meus sapatos de cordões ou algo do género. Talvez por isto ou aquilo é que dou ao sorriso a centralidade do ser. Mas fiquem sabendo que fico literalmente de ventas com atitudes que visceralmente me transfiguram…
Anjo, demónio. Dicotomia e coexistência.
Hoje serei, seguramente, um anjo de asas vermelhas. Só porque visto um casaco vermelho ou será porque é a cor do pai natal? Vá lá, um pouco de humor neste dia de consoada, predispõe para apurar o(s) sentido(s) dos vários sabores que esta quadra pode proporcionar.
Enfeite-mo-nos deles e pisaremos pedaços de céu apenas nossos!
Tão calmamente corre esta viagem
ResponderEliminarA terra anda devido ao amor
O que é isso de amar com amor?
O que é isso de o perder sem dor?
O que é isso de acreditar
Às vezes Deus carrega ao colo um justo
Às vezes uma reza acende o Sol a meio da noite
Às vezes duvido acreditando a custo
Abracei o mundo este natal
Lembrei passados desvanecidos
Senti aromas que pensei perdidos
Senti que a vida me infligiu mil castigos
Senti que a solidão era a porta para a razão
Que era uma criatura sem grande importância
Senti que ainda não tinha traçado todos os rumos
Que não há longe perto da distância
Um mágico fim de ano
Um abraço
Profeta: que encantador presente com que brinda este meu espaço!
ResponderEliminarPoema engalanado com algumas questões, às quais responde com uma atitude muito positiva! Força, para tal!
Muito obg pela presença. Ainda não formulo os votos para 2012 porque o farei através de um escrito, certamente!
Abraço poético!!! :)