sábado, 29 de janeiro de 2011

Silêncios

 Rosto macerado.
Olhos de um azulado
mortiço.
Alma dilacerada
de violência
reiterada
dia após dia.
Angústia antecipada
porque certa
de um outro ser.
Carrasco
oculto,
da mulher
do filho.

Bem falante
em sociedades
de faz de conta
de encolhe ombros
de sorrisos prontros,
encobertos.
Hipocrisia
em estado latente
em seres
de carapaças,
envoltos.

As vítimas
Ah, as vitimas...
Não são vistosas.
Nem bem vistas.
Ironia!
Emaranham-se
Na teia
Que o outro teceu.
Não saem dela
nem do casulo,
feito cápsula
catapultada
num céu encoberto
de nuvens...
As suas...
As do céu...
As da gente.
Numa indiferença atroz
enovelada em nós
que teimamos em não desfazer...
Paz fictícia.
Luta ausente.
Acorda!
Arma-te contra a violência!
Liberta
os seres do pesadelo.
Constante.
Vivido (quase) sempre
adentro de portas...
E almas..
Mortas...

OF 14-11-2010

10 comentários:

  1. Doce EU, adoro essa essência de se ser, em palavras que rolam umas nas outras com a ternura de ser mulher.

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  2. gostei da força das palavras.

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  3. Caro Blogaparte, obrigada por tão fraternal carinho, apreciando a essência da mulher e certamente as essências que brotam da força das palavras. :)

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  4. Obrigada, IMaria...Cada vez as amo mais!!! :)

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  5. Bem crítico social este poema, pelo menos, foi como eu, leitora, acabei sentindo. Passeei aqui para ler seus trabalhos!!!Beijos!

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  6. De facto, fantástico.
    Cheio de garra!
    Mas a foto tb me enterneceu.:)
    bji, querida.
    Tem um dia lindo!

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  7. Oi, Sílvia, obg pela visita...Sim, crítico e revelador de quantos silêncios são gritos abafados...
    Obg, pela leitura, bjinhos :)

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  8. Oh, sempre tão galante, esta senhora com ar de menina!!!
    Obg...Já não te posso desejar um dia lindo, reserva-o para amanhã!!!
    Bjuzzz :)

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  9. ines fermison31 janeiro, 2011

    para quem viveu,ainda que seja um pequeno episódio de violencia dentro do hogar..faz arrepiar..
    O problema seguirá porque realmente sao gritos mudos que ainda nao teem força para modificar..NADA.nem socialmente,nem educacional..nem juridicamente..aí reside a minha pena!!Que bom que algumas vezes nos encontramos..com testemunhos que vao chegando às almas..Obrigado querida,amei..Abraço Ines f.

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  10. Uma vez mais, obg, Inês...Apesar de não ter funções profissionais na área, há casos em que vou dando algum encaminhamento. E, sim, começa a haver um despertar para a problemática, quando se ousa sair do "casulo". Mas ainda há muitos "mas"... Tocaste aí algo de muito importante: a parte educacional...Apostemos nela!!!! Bjos

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